Lótus é o símbolo da expansão espiritual, do sagrado, do puro.
A lenda budista nos relata que quando Siddhartha, que mais tarde se tornaria Buda, tocou o solo e fez seus primeiros sete passos, sete flores de lótus cresceram.
Assim, cada passo do Bodhisattva é um ato de expansão espiritual.
Os Budas em meditação são representados sentados sobre flores de lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação ( dhyana ) esta simbolizada pelas flores de lótus completamente abertas, cujos centros e pétalas suportam imagens, atributos ou mantras de vários Budas e Bodhisattvas, de acordo com a posição relativa a relação mútua.
Do mesmo modo, os centros da consciência no corpo humano (Chacras ) estão representados como flores de lótus, cujas cores correspondem ao seu caráter individual, enquanto o número de suas pétalas correspondem às suas funções.
O significado original deste simbolismo pode ser visto pela semelhança seguinte:
Tal como a flor de lótus cresce da escuridão do lodo para a superfície da água, abrindo suas flores somente após ter-se erguido além da superfície, ficando imaculada de ambos, terra e água, que a nutriram - do mesmo modo a mente, nascida no corpo humano. Expande suas verdadeiras qualidades ( pétalas ) após ter-se erguido dos fluidos turvos da paixão e da ignorância, e transforma o poder tenebroso da profundidade no puro néctar radiante da consciência iluminada ( bidhicitta ), a incomparável jóia ( mani ) na flor de lótus (padma ).
Assim, o arahant ( santo ) cresce além deste mundo e o ultrapassa.
Apesar das suas raízes estarem na profundidade sombria deste mundo, sua cabeça esta erguida na totalidade da luz.
Ele é a síntese viva do mais profundo e do mais elevado, da escuridão e da luz, do material e do imaterial, das limitações, da individualidade e da universidade ilimitada, do formando e do som sem forma, do Samsara e do Nirvana.
Se o impulso para a luz não estivesse adormecido na semente profundamente escondida na escuridão da terra, o lótus não poderia se voltar em direção a luz.
Se o impulso para uma maior consciência e conhecimento não estivesse adormecido mesmo no estado da mais profunda ignorância, nem mesmo num estado de completa inconsciência um iluminado nunca poderia se erguer da escuridão do Samsara.
A semente da iluminação esta sempre presente no mundo, e do mesmo modo como os Budas surgiram nos ciclos passados no mundo, também os iluminados surgem no presente ciclo e poderão surgir em futuros ciclos, enquanto houver condições adequadas para vida orgânica e consciente.
Do livro " FUNDAMENTOS DO MISTICISMO TIBETANO " do Lama Anagarika Govinha
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